domingo, 17 de janeiro de 2010

Itinerário de Um Peregrino Sem Fé

17. Bairro Alto


Jantei num restaurante em Alcântara onde a ASAE teria muito que bisbilhotar. Era noite de sábado. No final do jantar, subi a pé até à Lapa onde ficaria alojado essa noite. Pelas ruas deparei-me com um silêncio estranho, inesperado - um silêncio de aldeia. Era possível escutar as minhas vozes mais profundas. Uma brisa subia do rio e massajava-me a pele.
Uma voz amiga

(estamos em Lisboa… É sábado… Bairro Alto).
Fiz o que todos fazem, em rebanho, no Bairro Alto. Itinerei de rua em rua, de bar em bar, de música em música, de bebida em bebida, de conversa em conversa, de observação em observação, vi e, talvez, tenha sido visto.
A noite já ia adiantada quando regressei à casa desconhecida para tentar o que não consegui: dormir três ou quatro horas. Fiquei acordado a acalmar o mesmo vazio que levara dentro de mim ao início da noite.

Sem comentários:

Enviar um comentário