terça-feira, 8 de setembro de 2009

Instantes de um Peregrino sem Fé

1. Intercidades Porto-Pampilhosa.
Partiu a horas. Parti a horas. Há sempre uma hora para se partir. Passa-se a vida a partir. A vida não passa de uma viagem. É tão vulgar esta frase! Apetece-me repeti-la. A vida não passa de uma viagem.
O Porto começava a ficar para trás à espera do meu regresso. A minha vidinha também. Não há melhor vista do Porto do que a das pontes.
O comboio parou. Uma voz tímida despertou-me do estado de letargia em que me encontrava
(dá licença que me sente).
Um corpo franzino aguardava que desocupasse o banco a que tinha direito para viajar. Desocupei-o imediatamente. O corpo franzino ofereceu-me o melhor agradecimento que se pode receber: um sorriso. Respondi-lhe na mesma moeda. Não dissemos nada. Já tínhamos dito o essencial.

1 comentário:

  1. É verdade: "Não há melhor vista do Porto do que a das pontes." Eu tive o privilégio de admirar esse cenário sempre que, durante anos, viajei na linha do Douro.

    Por vezes, as palavras são mesmo uma redundância. :)

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