quinta-feira, 29 de julho de 2010

Vidros partidos

«Vamos, poema de amor, levanta-te do meio de vidros partidos, porque chegou a hora de cantar.
Ajuda-me, poema de amor, a restabelecer a integridade, a cantar sobre a dor.
É verdade que o mundo não se limpa de guerras, não se lava de sangue, não se corrige do ódio. É verdade.
Mas é igualmente verdade que nos abeiramos de uma evidência: os violentos reflectem-se no espelho do mundo e o seu rosto não é belo, nem para eles mesmos.
Continuo a crer na possibilidade do amor. Tenho a certeza do entendimento entre os seres humanos, conseguido sobre as dores, sobre o sangue e sobre os vidros partidos.»

Pablo Neruda, Confesso que vivi 

1 comentário:

  1. Carlos, obrigada por esta partilha.

    Quando regressar de férias, daqui a uns dias, hei-de passar para fazer algo que prometi há muito a mim própria: falar-te das impressões que o teu romance me deixou.

    Por agora: votos de óptimas férias. Um abraço.

    ResponderEliminar